Iaí minha gente! Tudo bem com vocês?
Hoje falaremos sobre um assunto muito importante e que vai além das questõs da Moda, que é o pudor.
Entre nós, na atualidade, o sexo feminino é muito mais adornado do que o masculino. Entre os povos não ocidentais como americanos, africanos orientais, no geral é o oposto.
A imagem acima foi criada por inteligência artificial baseada em informações da cultura asteca. É possível perceber que a roupa dos homens tem mais enfeites, isso porque nessas culturas a figura masculina deve se enfeitar mais para impressionar suas possíveis companheiras.
Na classe dos animais, muitas espécies tem os machos com penas, pelos mais enfeitados do que as fêmeas o que normalmente serve para exibição na hora do acasalamento.
O pudor, por outro lado é visto com mais frequência entre as mulheres, e está provavelmente ligado, em bom número de casos, com vários tabus que afetam o sexo feminino em várias épocas (o parto, a menstruação). Esta diferença é capaz de afetar a relativa quantidade de roupas usadas pelos dois sexos. Onde o motivo de enfeite predomina, os homens são, como regra, mais amplamente vestidos; onde o pudor desempenha maior papel, usam mais roupas do que os homens.
Ao entrar numa igreja (cristã- onde o pudor é mais predominante) o homem deve remover o chapéu, enquanto a mulher deve conserva-lo ou pelo menos cobrir a cabeça mesmo que seja com um lenço ou um xale. Supõe-se que o excesso de roupas seja um desrespeito no homem, mas a nudez é desrespeito da mulher. A razão psicológica desta distinção é que provavelmente a transferência do exibicionismo do corpo para as roupas foi mais além no homem que na mulher. Em virtude desta transferência, o uso do chapéu seria considerado como uma orgulhosa peça de exibição, por parte do homem - exibição que contraria os elementos da humildade religiosa; enquanto que com a mulher, o correspondente sinal de desrespeito seria a exposição da cabeça descoberta; supõe-se que algo que cubra a cabeça cumpra as finalidades de pudor mais do que as de ornamentação.
Entretanto em civilizações consideradas mais adiantadas, as mulheres há muito estabeleceram um direito de igualdade com os homens no que se refere ao enfeite.
Os psicólogos concordam que entre entre as mais importantes destas diferenças está a tendência da libido sexual a ser mais difusa na mulher do que nos homens, sendo que nas mulheres todo o corpo e sexualizado enquanto nos homens a libido é mais concentrada na zona genital; sugestiva ou objetivamente falando, isso é verdade, tanto aos mostrar o corpo como a evitá-lo. Assim a exposição de qualquer parte do corpo feminino funciona mais eroticamente do que a exposição da parte correspondente do homem, salvo unicamente no caso das genitais em si. Diante disso, não é surpreendente que as mulheres sejam ao mesmo tempo o sexo mais pudico e o mais exibicionista, já que tanto sua vergonha como sua atração se relacionam com todo o corpo.
A libido masculina, mais definitivamente concentrada no falo, pode mais facilmente encontrar, em vários ornamentos e trajes, um substituto simbólico para este órgão único; é mais difícil simbolizar, de modo semelhante , o corpo todo; ainda que esteja completamente coberto, deve restar alguma consciência de carne real sob as vestes.
No período do Renascimento europeu o homens usavam por cima das calças um adereço chamado codpiece, que servia para cobrir a região do falo, embora, muitas vezes fosse usado para dar ênfase à região e aparentar virilidade daquele que o usava.
Renato Sigurtá em seu texto "Delineamentos psicológicos da Moda Masculina" nos diz sobre p problema da diferença s entre os sexos pode-se dizer que, enquanto para a mulher a linguagem da roupa sempre foi uma alternativa de exibicionismo e pudor, o masculino foi sempre acima de tudo o simbólico. Isto parece dever-se ao fato que todo corpo feminino é vivido como apelo sexual enquanto para o macho há uma concentração desse apelo sexual no órgão genital. Enquanto a mulher portanto "diz sexo" toda ela, o macho, na impossibilidade de de recorrer à exibição específica, porque é exatamente demasiado "direta" se refugia ao símbolo.
O que podemos aferir sobre o texto é que o pudor é mais severo e conservador sob o corpo das mulheres e mais flexível quando um homem se coloca na condição de "objeto " de desejo, mas o mais importante é que a mulher tem todo o corpo considerado desejável enquanto o homem, apenas a região fálica. Apesar disso, podemos perceber um movimento contemporâneo onde os homens tem exibido mais os corpos e se sentido mais figuras a serem desejadas. Esse movimento é reflexo, possivelmente, das lutas feministas e das conquistas das mulheres, visto que o movimento exige que amos tenhas os mesmos direitos.
Como disse Marcia Tiburi "O feminismo nos ajuda a melhorar o modo como vemos o outro. O direito de ser quem se é, de expressar livremente a forma de estar e de aparecer, sobretudo, de se autocompreender é ao que o feminismo no leva.
Espero que tenham gostado e até a próxima
BIBLIOGRAFIA:
FLÜGEL, J.C. - A psicologia das roupas. Tradução Antônio Ennes Cardoso. São Paulo: Editora Mestre JOU, 1966
SUIGURTÁ, Renato - Psicologia do vestir. Tradução José Colaço. Assírio e Alvim, 3º edição 1989
TIBURI, Marcia - Feminismo em comum para todas, todes e todos. Rio de Janeiro, Rosa dos tempos, 2018. 7º edição.
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