A moda vive hoje uma de suas ... melhor, a maior disseminação da informação de moda de sua história. Isso graças a internet, aos sites de relacionamento, Twitter, Facebook, Instagram e afins dando à quem quiser todo e qualquer tipo de informação desejada, facilitando o acesso e permitindo a qualquer pessoa propagar a mesma informação da maneira que quiser.
Essa facilidade que a internet proporcionou à esta geração tem provocado mudanças no comportamento das pessoas que afetam diretamente a economia, a política e ... a moda.
Calma, eu vou explicar!
No mês de Julho, enquanto estava de férias da faculdade acompanhei assiduamente as manifestações ocorridas em São Paulo e nas demais cidades do país (as que existia informação sobre) deixando de lado uma das coisas que move minha vida; a Moda. Isso porque vendo a atual situação política e econômica que vivemos, como eu poderia estar preocupada com a última temporada de Milão ou as tendências para este Inverno?
Passei algumas semanas repensando sobre a escolha da minha carreira que fiz ainda criança e que jamais havia cogitado a possibilidade de não segui-la, até agora.
Quando as manifestações acalmaram (o que é uma pena) voltei às minhas tarefas e tratei de colocar meu blog (este que vos fala) em dia. Fiz pesquisas em grandes blogs, lookbooks e qualquer outro meio que fosse usado na disseminação da informação de moda. Depois de tantas buscas, e a principal delas era encontrar uma unidade para o meu blog, descobri que não consigo fazer isso.
Em umas das minhas pesquisas, descobri que o 4º blog de moda mais acessado do mundo é brasileiro, e em uma entrevista, a dona do blog diz que o blog não precisa ter muito conteúdo, não precisa ser sério, ele deve mostrar às leitoras as roupas e como usá-las.
Lendo isso me veio um post que fiz aqui mesmo no blog, a algum tempo atrás, onde procuro defender os profissionais de moda, alegando que nem todos são fúteis como parece. E aí eu te pergunto: quem fez a moda parecer fútil?
Qualquer pessoa que viva neste mundo usa algum tipo de "roupa", não importa se são índios, nativos de tribos, enfim. A indumentária é utilizada desde sempre para cobrir os corpos do frio, para diferenciar posições hierárquicas, distinguir civilizações. É possível pela roupa saber de onde uma pessoa é. Não existe futilidade nem de longe nisso.
Então quem fez com que todo esse histórico de indumentária à moda fosse transformado em banalidade e futilidade?
Voltando ás blogueiras, que são elas as donas da vez, um blog de moda normalmente recebe "incentivo" de anunciantes para essas donas usarem suas roupas e colocarem fotos nos seus respectivos blogs para que as seguidoras comprem essas roupas. E no final das contas o blog se limita a isso, mostrar o look do dia, o esmalte da semana, como fazer uma maquiagem igual àquela atriz da novela e como se vestir como aquela atriz da novela.
E para onde foi a identidade dessas pessoas?
Então a moda virou apenas a cópia das estrelas da mídia?
E o gosto particular, o perfil de cada um?
No início desse texto eu disse que não consegui encontrar uma unidade para o meu blog e é exatamente por isso; na minha humilde opinião a moda é muito mais do que copiar o estilo da protagonista da novela das oito. A moda é desenvolver um estilo próprio adequando as proporções das roupas às suas fazendo com que se sinta bem e feliz.
Quando me dei conta, agora, já no final das férias, que havia escolhido a profissão certa, mas que quero usar a moda para mostrar para as pessoas que existe muito mais do que copiar a fulana da novela, percebi que poderia fazer minha parte mostrando para as pessoas que leem meu blog que elas podem ser pessoas bem vestidas, mas que não se pode esquecer que uma grande parcela da população brasileira vive abaixo da linha da pobreza, e enquanto você quer uma bolsa da Louis Vitton existem famílias que não tem água para beber.
Eu não quero que as pessoas sejam sérias o tempo todo, é preciso se divertir sim, mas antes pensar num casaco Dior pense nas milhares de famílias que passam frio e que talvez você tenha um cobertor guardado na sua casa pronto pra aquecer essa família e esta vai gostar muito mais do que você se ganhasse um Dior.
As manifestações ocorridas no Brasil me fizeram pensar não só na moda, mas nos seres humanos. Talvez uma pessoa como eu, não tenha ido nas passeatas, mas trata as pessoas com respeito, recicla seu lixo, não perde tempo parando na rua pra ver a desgraça alheia, com dificuldade procurar ser educada nos transportes públicos, trata bem os animais, mesmo os de rua, não fica postando indiretinhas no Facebook para outras pessoas, enfim, querer o bem para o seu país não é apenas gritar numa avenida, é um conjunto de ações que se cada indivíduo fizer o seu, o todo já teria sido resolvido.
Essa é unidade do meu blog, falar sobre moda, sobre arte, sobre música e assuntos do cotidiano que julgo importantes porque sou uma pessoa que possui uma unidade, a unidade de querer saber, saber milhões de coisas. E é isso que meu blog busca, a moda em todos os âmbitos possíveis que ela pode alcançar.
Talvez eu nunca seja uma blogueira famosa como essas que existem por aí, mas o meu blog terá a unidade de que precisa. A minha!